sexta-feira, 26 de março de 2010

Coca-Cola com bioplástico


A Coca-Cola lançou nesta quinta-feira (25/3), no Jardim Botânico no Rio de Janeiro (RJ), a plant bottle, garrafa pet com 30% de material de origem vegetal em sua fabricação. A pesquisa para criação da resina do bioplástico levou cerca de dois anos e foi feita pela Coca-Cola em parceria com a empresa indiana Indorama. A Coca-Cola detém a patente sobre a resina. A plant bottle também já foi lançada nos EUA, Japão, Austrália e Canadá.
Dentre as vantagens apresentadas pela garrafa estão a economia do gasto de combustíveis fósseis e a contribuição para redução de emissão de gases de efeito estufa. A tecnologia também agrega uma componente de biodegradabilidade possível em plásticos de origem vegetal. Atualmente, 90% das latas de alumínio no país já são recicladas, a ideia é aumentar essa proporção também com as garrafas pet.
A plant bottle possui 30% da matéria-prima de origem do etanol da cana-de-açúcar no lugar de petróleo, podendo a chegar a 100%. Com esse percentual, 60 mil l de etanol podem ser utilizados para produção de 10 milhões de garrafas. Com um percentual de 100%, são necessários 227 mil litros de etanol para se produzir essa mesma quantidade de garrafas. Essa tecnologia reduz a emissão de CO2 em 550 t a cada 10 milhões de garrafas produzidas.
A empresa pretende, até 2014, ano da Copa do Mundo, ter todas as garrafas no país com 30% de bioplástico em sua produção e até 2020 que 100% da matéria prima seja vegetal. Para atingir essa meta, uma fábrica será construída para implantação total dessa tecnologia no Brasil. O projeto conta com o apoio do Ministério do Meio Ambiente.
Atualmente, o etanol brasileiro é enviado para Índia, local onde é produzida a resina e depois retorna ao Brasil. O custo da garrafa é superior ao atual, mas o valor - que não foi divulgado - não será repassado ao consumidor. A expectativa é que haja produção local da resina dentro de dois ou três anos.
Para o presidente da Unica, Marcos Jank, esse mercado poderia chegar a ordem de 1,5 bilhões de l de etanol por ano, cerca de 10% da produção de etanol dirigida para produção de plástico. Com a instalação de uma fábrica de resina aqui no Brasil, esse percentual pode chegar a 25 ou 35%.
Também estiveram presentes no evento o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o vice-presidente de Técnica e Logística da Coca-Cola Brasil, Rino Abbondi e a gerente de Operações do Instituto Akatu, Heloisa Mello.

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