A proibição da venda e distribuição de sacolas plásticas em todo comércio, como prevê lei sancionada na cidade de São Paulo, não vai ter impacto no bolso do consumidor, avaliam especialistas ouvidos pela Rede Brasil Atual.Para Estanislau Maria de Freitas Junior, coordenador de conteúdo do Instituto Akatu, organização sem fins lucrativos voltada à educação para o consumo consciente, a medida é bem vinda e não vai impactar o orçamento das famílias, desde que haja mudanças nos hábitos de consumo. “Temos de consumir menos e diferente”, afirma. “Ao comprar menos, tirando os itens desnecessários, sem dúvida haverá economia”.
Ainda que haja algum ônus para o consumidor, Freitas acredita que será mínimo. “No final, o gasto do consumidor ao comprar sacos de lixo para usar em casa e sacolas retornáveis para ir às compras no supermercado ou no shopping vai sair elas por elas diante do ganho financeiro e para o meio ambiente”, compara. No início, as pessoas vão se irritar ao não encontrarem mais sacolas plásticas disponíveis em lojas, supermercados e shoppings, mas faz parte do processo de adaptação.
“A população vai se adaptar, porque vai ver o ganho financeiro e ambiental”, aposta. Ele também acredita que a restrição às sacolinhas vai impulsionar a inovação industrial. “A ameaça pode ser oportunidade”, sugere em alusão à críticas de representantes da indústria plástica. O declínio de produção de sacolas plásticas deve significar aumento da produção de sacos de lixo e sacolas retornáveis, projeta Freitas.
Defesa do consumidor
Para Adriana Charoux, pesquisadora na área de consumo sustentável do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), possíveis custos para o consumidor são imprecisos no momento. Mas ela acredita que não haverá ônus para o consumidor. “É improvável que haja cobrança de embalagem alternativa”, diz. A expectativa é que os lojistas ofereçam alternativas sustentáveis e gratuitas ao consumidor.
De acordo com a especialista, o Idec vai lutar para que a medida não onere o consumidor. Adriana também espera que a proibição como houve em São Paulo, ou a restrição que começa a surgir em outras cidades, seja acompanhada de ações de conscientização sobre a necessidade de rever hábitos de consumo. “O Idec reforça que a medida compulsória de proibição tem de ser acompanhada de educação do consumidor, estímulo a adoção de hábitos mais sustentáveis e mudanças na forma de organizar resíduos”.
A regulamentação da lei que começa a vigorar em 1º de janeiro de 2012 em São Paulo deve ser divulgada no fnal do ano, informa Adriana.Pelo texto da lei, os estabelecimentos comerciais podem oferecer sacolas gratuitas para produtos vendidos a granel, como hortifruti vendidos em feiras e para embalagens de produtos que possam verter água, como carnes e laticínios. A legislação não se aplica às embalagens originais das mercadorias.
Adesão
Belo Horizonte (MG) adotou restrições às sacolas plásticas em abril deste ano. Os consumidores só podem comprar as sacolas biodegradáveis, que causam muito menos danos ao meio ambiente, mas são mais caras do que as de plástico. A medida vale para farmácias, supermercados, lojas e padarias. Na capital paulista, a medida é mais rigorosa. Proíbe a distribuição e venda de sacolas plásticas em estabelecimentos comerciais, inclusive as chamadas biodegradáveis. A multa para quem descumprir a lei vai de R$ 50 a R$ 50 milhões.
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br
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