Em diversas postagens, foram mencionados processos que modificaram genéticamente elementos da natureza para a produção de bióplástico, o tema biologia sintética, vem nos úlimos anos tomando conta de vários artigos. Mas afinal de contas, o que é biologia sintética?
A expressão biologia sintética tem sido utilizada para descrever uma abordagem da biologia que tenta integrar diferentes áreas de pesquisa a fim de criar uma compreensão mais holística da vida. Mais recentemente, o termo tem sido utilizado de uma forma diferente, assinalando uma nova área de pesquisa que combina biologia e engenharia para projetar e construir novas funções e sistemas biológicos. Aquele primeiro objetivo está cada vez mais sendo associado com a área de biologia sistêmica.
Em 1978 o Nobel de Medicina foi concedido a Werner Arber, Daniel Nathans e Hamilton O. Smith pela descoberta da enzima de restrição e sua aplicação aos problemas de genética molecular. Em um comentário editorial no jornal Gene, Wacław Szybalski escreveu: "O trabalho em nucleases de restrição não somente permite-nos construir facilmente moléculas de ADN recombinante e analisar genes individuais, mas também nos leva para a nova era da biologia sintética onde não somente genes existentes são descritos e analisados, mas também novos arranjos de genes podem ser construídos e avaliados"
Rapidamente tornando-se um dos mais dinâmicos novos campos da ciência e da engenharia, a biologia sintética tem o potencial de impactar diversas áreas da sociedade. Biólogos usam moléculas artificiais para reproduzir comportamentos que emergem na biologia natural, com o objetivo de criar vida artificial ou buscar partes biológicas intercambiáveis para juntá-las em dispositivos ou sistemas que funcionem de maneira não encontrada na natureza. Avanços da biologia sintética, em particular a síntese calculada de complexos sistemas biológicos, têm a capacidade de mudar a forma de chegarmos a muitas tecnologias-chave e aplicações biotecnológicas. A biologia sintética é um campo realmente interdisciplinar, envolvendo químicos, biólogos, engenheiros, físicos ou cientistas da computação.
A biologia sintética poderia muito bem ser a nova revolução industrial definidora do século XXI, e assim sendo, seria absolutamente necessário considerar as implicações de sua difusão, bem antes que ela se materialize, e planejar estratégias para minimizar os riscos de segurança. Não há, contudo, nenhuma receita mágica para resolver essa complexa questão, e a proibição justificada não é uma opção, se quisermos colher os benefícios da biologia sintética. Alguns cientistas argumentam que certas tecnologias chave em biologia sintética (como a síntese de DNA) serão controladas por poucas empresas e mais eficientes, automaticamente criando gargalos para regulação e licenciamento. Tal desenvolvimento pode ser comparado ao da indústria eletrônica, onde atualmente apenas um punhado de empresas produz chips de computador. Esse processo de concentração econômica e tecnológica poderia, por um lado, resolver facilmente o problema de experimentos fora de controle, mas por outro lado, poderia limitar a “domesticação democrática” da biotecnologia.
Não há, porém, nenhuma receita ou ferramenta que possamos aplicar para minimizar os riscos de uma biotecnologia que um dia pudesse ser tão fácil de usar que todo mundo poderia projetar seu próprio organismo. Deixar de tratar das mudanças impostas pela difusão da tecnologia, do conhecimento e das habilidades em biologia sintética pode levar a uma situação em que não possamos mais voltar para fechar a “caixa de Pandora”. O melhor a fazermos é começar a pensar sobre isso agora.
Em 1978 o Nobel de Medicina foi concedido a Werner Arber, Daniel Nathans e Hamilton O. Smith pela descoberta da enzima de restrição e sua aplicação aos problemas de genética molecular. Em um comentário editorial no jornal Gene, Wacław Szybalski escreveu: "O trabalho em nucleases de restrição não somente permite-nos construir facilmente moléculas de ADN recombinante e analisar genes individuais, mas também nos leva para a nova era da biologia sintética onde não somente genes existentes são descritos e analisados, mas também novos arranjos de genes podem ser construídos e avaliados"
Rapidamente tornando-se um dos mais dinâmicos novos campos da ciência e da engenharia, a biologia sintética tem o potencial de impactar diversas áreas da sociedade. Biólogos usam moléculas artificiais para reproduzir comportamentos que emergem na biologia natural, com o objetivo de criar vida artificial ou buscar partes biológicas intercambiáveis para juntá-las em dispositivos ou sistemas que funcionem de maneira não encontrada na natureza. Avanços da biologia sintética, em particular a síntese calculada de complexos sistemas biológicos, têm a capacidade de mudar a forma de chegarmos a muitas tecnologias-chave e aplicações biotecnológicas. A biologia sintética é um campo realmente interdisciplinar, envolvendo químicos, biólogos, engenheiros, físicos ou cientistas da computação.
A biologia sintética poderia muito bem ser a nova revolução industrial definidora do século XXI, e assim sendo, seria absolutamente necessário considerar as implicações de sua difusão, bem antes que ela se materialize, e planejar estratégias para minimizar os riscos de segurança. Não há, contudo, nenhuma receita mágica para resolver essa complexa questão, e a proibição justificada não é uma opção, se quisermos colher os benefícios da biologia sintética. Alguns cientistas argumentam que certas tecnologias chave em biologia sintética (como a síntese de DNA) serão controladas por poucas empresas e mais eficientes, automaticamente criando gargalos para regulação e licenciamento. Tal desenvolvimento pode ser comparado ao da indústria eletrônica, onde atualmente apenas um punhado de empresas produz chips de computador. Esse processo de concentração econômica e tecnológica poderia, por um lado, resolver facilmente o problema de experimentos fora de controle, mas por outro lado, poderia limitar a “domesticação democrática” da biotecnologia.
Não há, porém, nenhuma receita ou ferramenta que possamos aplicar para minimizar os riscos de uma biotecnologia que um dia pudesse ser tão fácil de usar que todo mundo poderia projetar seu próprio organismo. Deixar de tratar das mudanças impostas pela difusão da tecnologia, do conhecimento e das habilidades em biologia sintética pode levar a uma situação em que não possamos mais voltar para fechar a “caixa de Pandora”. O melhor a fazermos é começar a pensar sobre isso agora.
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