O Departamento de Engenharia de Polímeros da Universidade do Minho (UMinho) desenvolveu um polímero biodegradável para a produção de embalagens plásticas mais ecológicas. A pesquisadora responsável, Ana Vera Machado, afirma que “os plásticos são materiais de vida útil curta, e não havendo respostas suficientes para estes resíduos, era determinante desenvolver embalagens num polímero com um desempenho melhorado para este fim de utilização”.Para concretizar o projeto BIOPACK – a partir de materiais biodegradáveis já existentes, noutro tipo de utilizações – foram produzidos biopolímeros de elevada performance, contornando problemas de incompatibilidade que se relacionavam com propriedades mecânicas desajustadas e um ponto de fusão difícil de trabalhar na extrusão de plástico.
Pelo menos 40 por cento dos resíduos de embalagem são constituídos por plásticos e, por isso mesmo, têm um elevado impacto visual e longos tempos de degradação. A importância deste trabalho é relevada pela investigadora: “As respostas criadas para este tipo de resíduos, como os aterros, a incineração e a reciclagem, têm-se demonstrado insuficientes para fazer face ao volume de resíduos plásticos gerados com o conseqüente impacto ambiental criado”.Ana Machado explicou que o objetivo é "utilizar um polímero que já era biodegradável, mas tem uma temperatura de fusão relativamente baixa e para a extrusão tubular de filme precisávamos de temperaturas mais elevadas, mas não resistia e esse era um aspecto que necessitava de ser melhorado".
O desafio é substituir as embalagens convencionais por equivalentes em plásticos biodegradáveis, que tenham estabilidade estrutural, que permitam o seu uso funcional e a armazenagem dos produtos. Apesar de o custo associado poder ser um pouco mais elevado do que nos plásticos convencionais, Fernando Moura Duarte, diretor de mestrado de Engenharia de Polímeros, diz que “os custos inerentes à reciclagem e tratamento de resíduos também recaem sobre os cidadãos, pelo que a utilização deste tipo de materiais poderá beneficiar destas contribuições e incentivos, beneficiando claramente o ambiente”.
Fonte: http://www.cienciahoje.pt
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