Junto
ao rio de Aveiro, em Portugal crescem macroalgas associadas à piscicultura.Nos
tanques, há robalos e douradas, nomes bem conhecidos da pirâmide alimentar, e em
outros, alface-do-mar, cabelo-de-velha, musgo-irlandês, botelho-comprido,
erva-patinha e chorão-do-mar. Estas seis espécies de macroalgas (não são
microscópicas) também podem vir a fazer parte da cozinha portuguesa ou, então,
ser matéria-prima para bioplásticos. Povoam a costa e, desde 2013, são
produzidas pela empresa nacional Algaplus.
Instalado
em Ílhavo, perto de Aveiro, o sistema das algas serve para filtrar a água que
fica suja depois de ser utilizada pelos peixes. “Produzimos macroalgas que
biofiltram, ou seja, fazem a biorremediação da água que vem da produção de peixes”,
explica Helena Abreu, diretora de investigação e desenvolvimento da Algaplus.
“Um organismo recicla os resíduos produzidos por outro e transforma-os em
produto de valor.” Neste caso, o produto de valor são as macroalgas.
Só
em 2010 foram produzidas 20 milhões de toneladas de algas secas em todo o
mundo: 99% teve como destino a indústria alimentar. Usamo-las como legumes, com
batatas fritas, para gelificantes, caramelizantes, texturantes ou espessantes.
O sudeste asiático é a região onde mais se produz algas e 90% desta produção é
em regime de aquacultura.
Por
terem amido e outros polissacarídeos, as macroalgas podem servir para fabricar
bioplásticos. O amido pode se sintetizado em ácido poliláctico, completamente
biodegradável, e usado para produzir películas de plástico para rótulos de
garrafas. Com os polissacarídeos, como os alginatos ou o ágar-ágar, podem fazer-se
películas para cobrir os alimentos. “Estas películas podem ser comestíveis e
prevenir a oxidação dos frutos”, diz a bióloga.
Agora,
o consórcio de investigação melhorando as técnicas de produção de macroalgas,
de extração e purificação dos seus compostos e a sintetização dos bioplásticos.
Só desta forma poderá baixar os custos. Para as macroalgas low cost atingirem
uma boa produção de amido, os biólogos já perceberam que, a certa altura, elas
têm de receber muitos nutrientes: “Só assim se pode competir com as empresas
petrolíferas.”
Fonte:
https://www.publico.pt
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