terça-feira, 23 de junho de 2009

Braskem,primeiro plástico verde certificado do mundo


Com o cenário econômico e social cada vez mais favorável para o uso de matérias-primas de fonte renovável e alternativas ao petróleo, os pesquisadores do Centro de Inovação e Tecnologia da Braskem retomaram, em 2005, estudos para produção de eteno a partir de etanol, com objetivo de produzir um polietileno 100% “verde”, proveniente de matérias-primas renováveis.
O biopolietileno é resultado de um processo de polimerização equivalente aos processos já conhecidos e dominados, tendo como grande diferencial a obtenção do eteno, produzido por desidratação do etanol da cana-de-açúcar. Através desta tecnologia, foi possível integrar a alta experiência e competitividade do Brasil no setor sucroalcooleiro com o know-how da Braskem no desenvolvimento e na produção de resinas termoplásticas.
O processo de obtenção de eteno a partir de etanol proveniente de fonte renovável ocorre através da desidratação do álcool na presença de catalisadores. Os contaminantes gerados no processo devem ser removidos através de sistemas apropriados de purificação sendo estes o grande salto tecnológico que a Braskem desenvolveu. Como sub-produto, é gerada água que pode ser reutilizada em diferentes etapas agrícolas ou do processo industrial. O eteno possui pureza adequada para qualquer processo de polimerização e permite a obtenção de qualquer tipo de polietileno.
A Norma ASTM D6866-06 é utilizada para determinar o conteúdo de carbono de fonte renovável em uma amostra de produtos sólidos, líquidos ou gasosos. Essa metodologia permite diferenciar carbonos de fonte fóssil e renovável. Através desse método, constatou-se que o polietileno produzido é 100% de fontes renováveis.
A cadeia na qual o polietileno verde é produzido permite uma maior redução dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera em comparação a outros polímeros, em consequência de duas principais características: a alta produtividade da cana-de-açúcar em gerar a biomassa, que pode ser usada como fonte de energia para o processo; e a alta capacidade da molécula de eteno em armazenar carbono (86% em peso), quando comparado a outros biopolímeros.
O biopolietileno possui características equivalentes às do polietileno convencional, podendo ser empregado em diversas aplicações. Esta é uma vantagem que o polietileno verde tem em relação aos demais biopolímeros que possuem aplicações mais restritas. Com o eteno verde, é possível produzir todos os tipos de polietileno: PEAD (polietileno de alta densidade), PEBD (polietileno de baixa densidade), PEUAPM (polietileno de ultra-alto peso molecular) e PEBDL (polietileno de baixa densidade linear), com 100% de matéria-prima renovável.
A produção de 200 mil toneladas de eteno verde será polimerizada em PEAD e PEBDL. A tecnologia escolhida para a produção de PEAD é adequada para fabricação de grades de sopro grandes volumes (GM7746*), pequenos volumes (GF4950, GF4960, GF5250*) injeção (todos os grades HA, HC, HD e HE*) e filme (GM9450*). A tecnologia para produção de PEBDL permite a produção de grades para filme (LL118*), injeção (IN34 e todos os IC, ID e IF*) e rotomoldagem (MR435UV*).


2 comentários:

Muito bom, excelente desenvolvimento tecnológico a favor da sustentabilidade na redução das emissões!
Detalhe: faltou dizer que o políetileno resultante NÃO é biodegradável, como se induz um leigo a acreditar, não é mesmo, Décio?
Sds,
Angélica

De fato,acredito que a importância deste novo material está no fato de utilizar matéria-prima de fonte renovável e redução das emissões.

 

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