terça-feira, 3 de maio de 2011

A empresa portuguesa Silvex está investindo na produção de bioplásticos

O negócio dos plásticos biodegradáveis está a seduzindo a empresa portuguesa Silvex. Pensando neste segmento, a empresa que em 1972 teve a idéia de envolver alimentos em película aderente, investiu 7,3 milhões de euros na ampliação da fábrica de Benavente e, este ano, espera aumentar para 25 por cento o peso das vendas nos mercados internacionais (no ano passado foram investidos 14,7 por cento do faturamento, o que corresponde a cerca de 3,6 milhões de euros).Em 2012, a intenção é obter 35 por cento das receitas no estrangeiro e, assim, contornar o contexto econômico adverso, diz Paulo Azevedo, diretor-geral da Silvex.
"São as pequenas e médias empresas que dão estabilidade a uma economia industrial. A partir do momento em que vamos exportando, reduzimos a dependência do mercado nacional. Foi para isso que fizemos o investimento", explica Azevedo. A Silvex foi fundada em 1968 e começou produzindo máquinas de etiquetar. O negócio ainda hoje resiste, mas é no mercado do plástico biodegradável que está se desenhando o seu futuro. Depois dos sacos para o lixo, sacos de fruta ou os sacos de pasteleiro, uma parceria com a norueguesa BioBag, a maior fabricante mundial de produtos e embalagens biodegradáveis, deu à Silvex a hipótese de testar no mercado de grande consumo uma película aderente biodegradável.
A empresa italiana Novamont fornece a matéria-prima para este plástico e, no contexto desta parceria a três vozes, a empresa é responsável pela pesquisa e desenvolvimento. Cabe à Silvex produzir a película para todo o mercado global, mas a marca portuguesa só será impressa nas embalagens em Portugal e Espanha. Nos mercados restantes, será vendida pela BioBag.Os portugueses foram os primeiros no mundo a poder comprar a película biodegradável no supermercado. Num período de seis meses a comercialização será feita exclusivamente nas lojas Continente e Paulo Azevedo garante que "ultrapassa as expectativas".
O negócio é um nicho, admite, e muito mais apetecível no palco mundial. Mas vão ajudar no crescimento da Silvex além fronteiras, nomeadamente na Espanha.
"Atualmente, a Espanha representa mais ou menos dez por cento do nosso negócio, mas em curto prazo poderá representar cerca de 15 a 20 por cento", afirma a empresa. Entretanto, as novas instalações da unidade de Benavente vão estar operacionais em Junho e permitem à Silvex aumentar em 30 por cento a sua capacidade. "É difícil apontar perspectivas de vendas de produtos biodegradáveis, porque depende muito da regulamentação e dos incentivos europeus e nacionais ao uso de soluções amigas do ambiente", disse Jorn Johansen, presidente executivo da Biobag, que esteve recentemente em Portugal.
O grupo norueguês com 120 trabalhadores tem crescido 25 por cento ao ano. "A Silvex é uma empresa líder em Portugal na embalagem e conservação, é muito inovadora e trabalha novas idéias", sustenta. Para o CEO da BioBag fazer negócio com empresas européias tem vantagens. "Precisamos proteger o tecido empresarial da UE e manter a produção no espaço comunitário. É uma forma de trabalhar dentro do território com matéria-prima feita da Europa e conseguir, assim, ter uma indústria sustentável, sem recorrer às importações", conclui. A Silvex e a BioBag também são parceiras no projeto Agrobiofilm, financiado pela União Européia em fase de ensaios. A intenção é substituir o filme plástico (mulch film) de polietileno usado pelos agricultores para cobrir o solo, por um biodegradável.


Fonte:http://economia.publico.pt

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