terça-feira, 17 de maio de 2011

O plástico “verde” do Brasil

Quase já não é possível imaginar o nosso mundo sem plástico. Até mesmo quando se trata de conservação ambiental, essa espécie de “matéria-prima da vida moderna” também possui um papel importante. Por motivos bastante óbvios: o plástico convencional provém, em sua maioria, do petróleo.De todos os estoques mundiais do óleo bruto, cerca de 4% são destinadas à fabricação do produto. Durante o processo industrial, são liberados na atmosfera seis quilos de CO2 para cada quilograma de plástico produzido.
Considerando ainda o ritmo acelerado com o qual as reservas naturais de petróleo estão se extinguindo, logo se conclui o porquê das alternativas sustentáveis ao plástico terem sido tão bem-sucedidas nos últimos anos – especialmente na indústria de embalagens. O plástico “verde” – ou o bioplástico – é composto geralmente por plantas como a cana-de-açúcar, o trigo, o milho ou a batata, mas também por óleo vegetal. Dificilmente pode-se encontrar algum produto doméstico para o qual ainda não haja ou esteja sendo desenvolvida uma alternativa em bioplástico. As aplicações do material incluem desde estruturas para celular e talheres descartáveis até sacolas de supermercado e vasos de flores, passando por sapatos e fraldas.
O Bagaço da cana-de-açúcar é uma das matéria-prima para o plástico ecológicoPara os especialistas, esse é apenas um elemento da crescente demanda por produtos sustentáveis, causada pela explosão no mercado de alimentos orgânicos nos últimos anos.
“Hoje é bem melhor ter uma imagem ‘ecológica’ do que uma convencional. E as empresas tiram proveito disso”, analisa Norbert Voell, representante da Duales System GmbH – sociedade responsável pelo Ponto Verde, sistema de reciclagem de lixo na Alemanha. “Evidentemente, é melhor saber que os legumes orgânicos que se compra no supermercado vêm embalados de forma ecológica do que no saco plástico convencional”.

Grandes negócios

A tendência despertou reação também nas empresas responsáveis pelo produto tradicional, feito de petróleo – além de um investimento multimilionário em pesquisas e métodos de produção “verdes”. O grupo de gigantes globais desse ramo inclui, entre outros, a corporação agrícola estadunidense Cargill, a empresa italiana Novamont e a companhia química alemã BASF.Materiais plásticos biodegradáveis como o poliactide, derivado de milho, já estão em uso em algumas das maiores redes de supermercados e multinacionais da indústria alimentícia, tais quais o Wal-Mart ou a Coca-Cola.O plástico “verde” é responsável ainda por grandes negócios em solo brasileiro. No país, líder mundial na produção de açúcar, a empresa petroquímica Braskem utiliza a crescente indústria nacional de etanol canavieiro para produzir o bioplástico.


Fonte: http://correiodobrasil.com.br/ -
Deutsche Welle

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