O fim das sacolas plásticas distribuídas gratuitamente em supermercados poderá não surtir os efeitos ambientais desejados e, pior que isso, poderá acarretar problemas sanitários nos bairros mais pobres das cidades, se as autoridades não se esforçarem por oferecer substitutos baratos e ecologicamente corretos para o acondicionamento do lixo orgânico gerado nas residências.Trocar a sacola descartável pela retornável equivale a atacar uma ponta do problema, mas não todo o problema.
Na outra ponta, está a demanda caseira por embalagens impermeáveis e baratas para dispor de resíduos domésticos como restos de comida e papéis sujos, já que a reutilização de sacolinhas de supermercado para recolher o lixo é hoje corriqueira em grande parte dos lares.Mesmo sendo o plástico um inegável vilão ambiental, não há dúvida de que a limpeza urbana melhorou, e muito, depois que os sacos plásticos para lixo começaram a ser comercializados. Quem já tem uma certa idade e viveu no tempo em que o lixo era colocado nas calçadas dentro de latas e tambores certamente se recorda de como as ruas ficavam emporcalhadas e insalubres a maior parte do tempo.
A lata de lixo favorecia a proliferação de ratos e insetos, e certamente oferecia riscos para a saúde da população, até porque os recipientes imundos eram recolhidos nas casas, depois que o caminhão do lixo passava. Sacos plásticos - mais tarde substituídos, em larga medida, pelas sacolinhas de supermercado - tornaram as cidades mais limpas e saudáveis para se viver.Se as sacolinhas sumirem do mercado e não forem substituídas por outro produto, igualmente acessível para o consumidor, é possível que ocorram duas reações muito previsíveis: nas famílias de melhor poder aquisitivo, haverá um aumento no consumo de sacos de lixo, o que significa que milhares de toneladas de plástico continuarão a ser despejadas nos aterros sanitários. E, nos lares mais pobres, onde o dinheiro é sempre controlado, pode ser que as pessoas voltem a utilizar latas e tambores para juntar o lixo e colocá-lo para fora, com inquestionável retrocesso para a limpeza urbana e a saúde pública.
Uma embalagem com dez sacos de lixo de 30 litros custa de R$ 2,00 a R$ 5,00 nos supermercados. É, mais ou menos, o preço de dois quilos de arroz ou um quilo de coxa e sobrecoxa. Dificilmente uma família de recursos limitados, que se alimenta com dificuldade, deixará de comprar comida para garantir um acondicionamento melhor para o lixo.É claro que o consumo de sacos plásticos citado na primeira hipótese, ao menos nas famílias menos abastadas, não deverá ser tão exagerado quanto é, hoje, o uso de sacolinhas. Já que o saco plástico tem um custo, pequeno porém mensurável, pode-se imaginar que seu uso seja mais criterioso, nos lares onde esse custo faça alguma diferença.
Mas não há dúvida de que uma solução completa, do ponto de vista ambiental e sanitário, só ocorrerá quando, paralelamente à restrição ao uso das sacolinhas, houver uma oferta ampla e irrestrita de sacos de lixo biodegradáveis. Um passo nesse sentido foi dado pelo governo do Estado de São Paulo, ao estabelecer, em seu acordo recente com o setor supermercadista, que as lojas colocarão à venda sacolinhas biodegradáveis, feitas com amido de milho, das quais os consumidores poderão se socorrer caso prefiram não levar sacolas ou carrinhos às compras.
Esta é, porém, uma solução apenas parcial, já que as sacolinhas biodegradáveis têm custo elevado e serão vendidas ao consumidor ao preço aproximado de R$ 0,20 cada uma, além do fato de que sacos de lixo plásticos continuarão sendo comercializados normalmente. A venda de sacolinhas biodegradáveis é um começo, não há dúvida, mas não dispensa as autoridades de encontrar uma solução universal, acessível e ecológica para o acondicionamento do lixo doméstico, um problema tão ou mais grave que o plástico atirado nos aterros e lixões.
Na outra ponta, está a demanda caseira por embalagens impermeáveis e baratas para dispor de resíduos domésticos como restos de comida e papéis sujos, já que a reutilização de sacolinhas de supermercado para recolher o lixo é hoje corriqueira em grande parte dos lares.Mesmo sendo o plástico um inegável vilão ambiental, não há dúvida de que a limpeza urbana melhorou, e muito, depois que os sacos plásticos para lixo começaram a ser comercializados. Quem já tem uma certa idade e viveu no tempo em que o lixo era colocado nas calçadas dentro de latas e tambores certamente se recorda de como as ruas ficavam emporcalhadas e insalubres a maior parte do tempo.
A lata de lixo favorecia a proliferação de ratos e insetos, e certamente oferecia riscos para a saúde da população, até porque os recipientes imundos eram recolhidos nas casas, depois que o caminhão do lixo passava. Sacos plásticos - mais tarde substituídos, em larga medida, pelas sacolinhas de supermercado - tornaram as cidades mais limpas e saudáveis para se viver.Se as sacolinhas sumirem do mercado e não forem substituídas por outro produto, igualmente acessível para o consumidor, é possível que ocorram duas reações muito previsíveis: nas famílias de melhor poder aquisitivo, haverá um aumento no consumo de sacos de lixo, o que significa que milhares de toneladas de plástico continuarão a ser despejadas nos aterros sanitários. E, nos lares mais pobres, onde o dinheiro é sempre controlado, pode ser que as pessoas voltem a utilizar latas e tambores para juntar o lixo e colocá-lo para fora, com inquestionável retrocesso para a limpeza urbana e a saúde pública.
Uma embalagem com dez sacos de lixo de 30 litros custa de R$ 2,00 a R$ 5,00 nos supermercados. É, mais ou menos, o preço de dois quilos de arroz ou um quilo de coxa e sobrecoxa. Dificilmente uma família de recursos limitados, que se alimenta com dificuldade, deixará de comprar comida para garantir um acondicionamento melhor para o lixo.É claro que o consumo de sacos plásticos citado na primeira hipótese, ao menos nas famílias menos abastadas, não deverá ser tão exagerado quanto é, hoje, o uso de sacolinhas. Já que o saco plástico tem um custo, pequeno porém mensurável, pode-se imaginar que seu uso seja mais criterioso, nos lares onde esse custo faça alguma diferença.
Mas não há dúvida de que uma solução completa, do ponto de vista ambiental e sanitário, só ocorrerá quando, paralelamente à restrição ao uso das sacolinhas, houver uma oferta ampla e irrestrita de sacos de lixo biodegradáveis. Um passo nesse sentido foi dado pelo governo do Estado de São Paulo, ao estabelecer, em seu acordo recente com o setor supermercadista, que as lojas colocarão à venda sacolinhas biodegradáveis, feitas com amido de milho, das quais os consumidores poderão se socorrer caso prefiram não levar sacolas ou carrinhos às compras.
Esta é, porém, uma solução apenas parcial, já que as sacolinhas biodegradáveis têm custo elevado e serão vendidas ao consumidor ao preço aproximado de R$ 0,20 cada uma, além do fato de que sacos de lixo plásticos continuarão sendo comercializados normalmente. A venda de sacolinhas biodegradáveis é um começo, não há dúvida, mas não dispensa as autoridades de encontrar uma solução universal, acessível e ecológica para o acondicionamento do lixo doméstico, um problema tão ou mais grave que o plástico atirado nos aterros e lixões.
Fonte: http://portal.cruzeirodosul.inf.br
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