segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Os perigos do plástico derivado de petróleo para nossa vida



Vamos postar a partir de hoje algumas matérias técnicas sobre o perigo de se usar plásticos derivados de petróleo.

Cerca de 10 milhões de pessoas ao redor do mundo recebem diagnóstico de câncer anualmente. Além disso, nos últimos sessenta anos, a contagem média de espermatozóides em alguns países caiu pela metade, enquanto a incidência de malformações do sistema reprodutivo masculino aumentou consideravelmente. Há suspeitas de que tais efeitos estejam relacionados à contaminação ambiental. O presente estudo divulga dados sobre os efeitos de determinados produtos químicos industriais na saúde de cobaias, animais selvagens e seres humanos. Esses materiais são suspeitos de atuarem como disruptores endócrinos – substâncias que causam distúrbios na síntese, secreção, transporte, ligação, ação ou eliminação de hormônios endógenos e, assim, com o metabolismo, alteram também a diferenciação sexual e a função reprodutiva. Um dos elementos prejudiciasi a saúde humana é o:

Bisfenol A

Por muitos anos, o bisfenol A (BPA) tem sido uma das substâncias químicas de maior produção ao redor do mundo, alcançando 2,7 milhões de toneladas em 2003. É uma matéria-prima industrial empregada na produção de polímeros e como estabilizante em plásticos à base de cloreto de polivinila (PVC),, presentes em muitos itens, como: latas de conserva revestidas internamente com filme de polímero, lentes de óculos, materiais automotivos, mamadeiras, garrafas de água mineral, encanamentos de água de abastecimento, adesivos, CDs e DVDs, etc.
A descoberta de que o BPA apresenta atividade estrogênica intensa ocorreu acidentalmente, quando pesquisadores verificaram que, ao serem autoclavados, os tubos plásticos de policarbonato, empregados em seus experimentos, liberavam na água essa substância – que, na concentração de 5,7 ppb, ocasionou estímulo da proliferação de células de câncer de mama (MCF-7).
Em experimentos realizados com ratos e camundongos, a exposição fetal ao BPA ocasionou a alteração da morfologia de diversos órgãos dos animais adultos, como útero e vagina, glândulas mamárias, e próstata.
A exposição contínua (por 24 horas) de células de pâncreas a uma solução contendo BPA (10 ppb), ocasionou a secreção de insulina acima do nível normal1 e g/kg/dia) fezmfoi observado que, após quatro dias, a administração de BPA (com que ratos adultos desenvolvessem hiperinsulinemia, o que aumenta os riscos de desencadeamento de diabetes melitus do tipo 2 e hipertensão.3
A administração de BPA a ratas grávidas e seus filhotes recém-nascidos induziu-os à obesidade e também resultou em mudanças no comportamento (hiperatividade, aumento da agressividade, reação alterada para estímulos de dor ou medo, problemas de aprendizagem e alteração do comportamento sócio-sexual).
Em testes realizados em laboratórios, o BPA foi detectado: na saliva, em quantidades suficientes para estimular a proliferação de células de câncer de mama (MCF-7), uma hora após os pacientes terem sido tratados com selador dentário à base de resina derivada do BPA; nos líquidos das latas de conservas de alimentos revestidas por resina contendo BPA, que estimularam a proliferação das células MCF-7;8 em amostras de leite; em galões de policarbonato utilizados como embalagens de água mineral; em mamadeiras de policarbonato, sob condições semelhantes àquelas do uso normal; no soro das parturientes e dos fetos humanos.
Produtos derivados do BPA, como o bisfenol B (BPB), bisfenol F (BPF), bisfenol AD (BPAD), bisfenol AF (BPAF), tetrametilbisfenol A (TMBPA) e 3,3´-dimetilbisfenol A (DMBPA), amplamente empregados como retardadores de chama e como aditivos em muitos materiais plásticos, apresentaram significativa atividade estrogênica frente a células de câncer de mama MCF-7 e foram capazes de interferir na atividade hormonal da tireóide, na ordem de concentração menor M.24mdo que 1 Ftalatos
Os ftalatos (ésteres do ácido 1,2-benzenodicarboxílico) representam uma classe de materiais produzidos industrialmente em larga escala. Os mais pesados, como os ftalatos de di-(2-etil)hexila (DEHP), de di-isononila (DiNP) e o de di-isodecila (DiDP), são utilizados em materiais de construção, móveis, roupas e, principalmente, para dar flexibilidade ao PVC. Aqueles com pesos moleculares relativamente baixos, como o ftalato de dimetila (DMP), o de dietila (DEP) e o de dibutila (DBP), tendem a ser utilizados em solventes e em adesivos, tintas, cosméticos, ceras, inseticidas e produtos farmacêuticos e de uso pessoal. O ftalato de benzilbutila (BBP) é um plastificante muito utilizado na confecção de pisos poliméricos, em materiais plásticos à base de celulose, acetato de polivinila, poliuretanas e polisulfetos, em couros sintéticos, cosméticos, como agente dispersante em inseticidas, repelentes e perfumes, entre muitos outros produtos. Devido ao seu amplo emprego, a exposição aos ftalatos pode alcançar tanto pessoas quanto animais domésticos e selvagens, por ingestão, inalação, absorção pela pele ou por administração intravenosa.
Brinquedos, mamadeiras e outros utensílios de material plástico representam uma fonte potencial de contaminação das crianças por ftalatos. Em estudos g/kg de massamrealizados nos Estados Unidos, foi estimada em 40 a 173 corporal/dia a quantidade de DiNP absorvida pelas crianças ao colocarem brinquedos e outros materiais plásticos na boca.
Bolsas e mangueiras de PVC contendo DEHP são empregados no tratamento de pacientes para a administração intravenosa de fluidos, fórmulas nutritivas, sangue e também para a hemodiálise e o fornecimento de oxigênio. Foi descrito que, por exemplo, durante a transfusão de sangue, os pacientes adultos recebem entre 8,5 e 3,0 mg/kg de massa corporal/dia e os recém-nascidos, entre 0,3 e 22,6 mg/kg de massa corporal/dia, de DEHP.
Em estudo realizado em 2006, visando a avaliação da qualidade das águas destinadas ao abastecimento público na região de Campinas (SP), foi revelado que, dentre as substâncias monitoradas, os seguintes hormônios e disruptores endócrinos foram freqüentemente detectados: dietil e dibutilftalato (0,2-3 ppm), etinilestradiol (1-3,5 ppm), progesterona (1,2-4 ppm) e bisfenol A (2-64 ppm). Amostras de esgoto bruto e tratado também apresentaram concentrações muito próximas daqueles EDs, indicando a ineficiência do tratamento empregado na estação de tratamento de esgotos para a sua remoção.
A toxicidade de certos ftalatos está relacionada ao desenvolvimento do sistema reprodutivo de roedores do sexo masculino: os fetos são mais sensíveis do que os recém-nascidos, e esses, mais vulneráveis do que os animais adolescentes e adultos. Em particular, a exposição dos machos ainda no período intra-uterino ao DBP, ao BBP e ao DEHP, resulta em uma síndrome de anormalidades reprodutivas, danos aos testículos, além de mudanças permanentes (feminização).
Também foi observado que a administração de uma dose única dos ftalatos de diciclohexila (DCHP), DBP e DEHP a ratos com cinco dias de idade, resultou em intensa interferência no desenvolvimento do cérebro, resultando em hiperatividade.
Em um estudo prospectivo realizado nos Estados Unidos, foi revelado que mulheres apresentando monoetilftalato (MEP), monobutilftalato (MBP), monobenzilftalato (MBzP) e monoisobutilftalato (MiBP) na urina, durante a gravidez, tiveram bebês do sexo masculino com uma distância ano-genital (AGD) menor do que a esperada. Considerando que a AGD é aplicada em estudos de toxicologia com roedores como um biomarcador sensível para a masculinização, esse estudo comprovou que os ftalatos apresentam atividade antiandrogênica também em seres humanos.
Em estudos de 2005 e 2006, encontrou-se associação entre a presença de resíduos de ftalatos no leite materno e no sangue dos bebês alimentados com esse leite, com a incidência de criptorquidismo e a diminuição da bio-disponibilidade de testosterona livre, que é necessária ao desenvolvimento normal do trato reprodutivo das crianças do sexo masculino.
Também foi demonstrado que a exposição intrauterina de seres humanos ao DEHP e ao DBP diminui o tempo gestacional e o tamanho ao nascer e que os níveis de exposição de crianças a ftalatos presentes na poeira dentro das residências estão associados ao aumento da severidade dos sintomas da asma e da rinite.
Em decorrência dos relatos científicos, na União Européia e nos Estados Unidos foi proibido o emprego de DEHP, DBP e de BBP na fabricação de brinquedos e de materiais para uso infantil, e também de DiNP, ftalato de di-n-octila (DnOP) e DiDP em brinquedos direcionados para crianças com menos de três anos.

Pesquisa de Sônia Corina Hess - UFMS

Fonte:http://www.permear.org.br/

1 comentários:

poxa vida parece que estamos sendo exterminados sem perceber e com o nosso consentimento. ainda bem que a tecnologia criou tuda essa quimica mas tambem descobriu seu mal.

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