Filmes biodegradáveis vêm chamando a atenção devido a seu potencial de uso na indústria de alimentos e pelas vantagens ambientais que estes apresentam. Dentre os biopolímeros, os amidos constituem uma alternativa interessante para a produção de biofilmes devido a seu baixo custo, grande disponibilidade e por provir de fontes renováveis. A formação do filme exige, além do polímero e o solvente a incorporação de um plastificante que aumente a maleabilidade. Os biofilmes a base de amido apresentam boas propriedades de barreira a gases, entretanto, a alta permeabilidade ao vapor de água e suas propriedades mecânicas fracas, dificultam sua utilização. A literatura aponta que a incorporação de fibras de celulose em compósitos de amido ocasiona uma melhoria das propriedades mecânicas.
Por outro lado, existem poucos dados sobre filmes reforçados com fibras e o efeito de esta incorporação sobre as isotermas de sorção de umidade. Neste sentido em trabalho recente foi elaborada uma metodologia para a incorporação das fibras de celulose aos filmes de amido de mandioca elaborados por “casting” e avaliado o efeito desta incorporação sobre as propriedades mecânicas de tração e a isotermas de sorção de umidade. Foram elaborados filmes com 3% de amido, plastificados com 0,3 g de glicerol/ g amido e foram adicionadas concentrações de 0,10, 0,30 e 0,50 g de fibras/ g amido. A metodologia de incorporação de fibras se mostrou eficiente uma vez que os filmes resultaram homogêneos, mas houve a necessidade de adição de goma guar com a finalidade de manter a suspensão de fibras. As isotermas de sorção mostram uma diminuição da umidade de equilíbrio (Xe) quando incorporou-se 0,30 e 0,50 g de fibra/ g de amido.
Nos filmes elaborados com 0,10 g de fibra/ g amido a o Xe foi similar aos valores apresentados pelos filmes sem fibras, o que pode ser associado ao efeito da incorporação de goma guar que poderia aumentar a capacidade de sorção de água por parte do amido. No que se refere, às propriedades mecânicas, os filmes com fibras mostraram um aumento elevado da tensão de ruptura que passou de 1,29 MPa nos filmes sem fibras para 22,9 MPa nos filmes com 0,50 g fibras/g de amido. Os filmes com fibras resultaram mais rígidos, o que foi observado através da elevação do Módulo de Young. Os resultados mostram que a incorporação de fibras a filmes elaborados por “casting” é uma alternativa interessante para diminuir a hidroscopicidade e melhorar as propriedades mecânicas destes materiais.
Fonte:Universidade Federal de Santa Catarina-Anais da 6ª Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão
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