“Um dia nós ficaremos sem petróleo, não é hoje nem amanhã, mas um dia ficaremos sem e nós precisamos abandonar o petróleo antes que ele nos abandone. Precisamos nos preparar para esse dia”, afirmou Birol. “Quanto mais cedo começarmos, melhor. Porque toda a nossa economia e sistema social está baseado no petróleo, e essa mudança requer muito tempo e muito dinheiro, por isso devemos levar isso muito à sério”, completou.
A queda da produção das bacias de petróleo pularam de 3,7% para 6,7% em dois anos/Foto: Fábio Pinheiro
A crise já pode ter início no próximo ano, quando o cenário será uma demanda maior que a oferta, e nenhuma medida suficientemente eficiente vem sendo feita para reverter o problema e criar novas soluções capazes de compensar a ausência do petróleo. Segundo a IEA, a queda da produção das bacias de petróleo está na casa dos 6,7% ao ano. Número substancialmente maior que os 3,7% computados em 2007.
“Se vemos um aperto no mercado, as pessoas nas ruas verão isso no aumento dos preços, que serão muito maiores do que nós vemos hoje em dia. Isso terá, definitivamente, um impacto em nossa economia, especialmente se nós virmos esse aperto no mercado nos próximos anos” alertou Birol.Ele explica: “será especialmente importante porque a economia global ainda estará muito fragilizada, muito vulnerável. Muitas pessoas pensam que a recuperação se dará em poucos anos, mas a verdade é que será uma regeneração lenta e frágil e nós temos o risco dessa recuperação ser destruída com a alta dos preços do petróleo”, informou. Segundo o especialista, em 2030, o mundo precisará do equivalente a quatro Arábias Sauditas para garantir seu consumo de petróleo a níveis atuais e seis para assegurar a demanda, caso ela continue crescendo nas proporções atuais.“Muitos governos agora estão mais cientes de que, no mínimo, os dias de petróleo fácil e barato já acabaram. Apesar disso, eu não estou muito otimista de os governos estarem conscientes das dificuldades que poderemos enfrentar no fornecimento de petróleo”, disse Birol.
Outro problema levantado pelo engenheiro é a possibilidade de os países passarem a investir em alternativas ainda mais danosas frente à ausência do petróleo – como as areias impregnadas com alcatrão em Alberta, no Canadá.“Se nós não nos prepararmos adequadamente para o pico de petróleo, o aquecimento global pode se tornar muito pior do que o esperado”, conclui.
1 comentários:
Será mesmo... será que ele não esta querendo gerar expeculação.. ??
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