terça-feira, 25 de agosto de 2009

História do amido de milho, uma das matérias-primas do bioplástico


A história do amido de milho parte da Europa do século XVI. A moda eram os vestidos armados, camisas e casacos pregueados. Para sustentar essa arquitetura, utilizavam-se estruturas de arame. No fim do século XV, no entanto, o aventureiro Cristovão Colombo, de volta de uma longa viagem, tinha novidades na bagagem que aposentariam o aramado. Entre as lembranças do Novo Mundo que apresentou à corte espanhola estava o milho. Alimento básico dos habitantes das Américas, servia também a outras funções que não o prato.
A expedição de Colombo testemunhara a moagem dos grãos dourados, que resultava em uma farinha. Misturado à água, o pó transformava-se numa espécie de cola, que nos séculos à frente substituiria os arames e instituiria o hábito de engomar as roupas. Na Inglaterra do século XIX, foi descoberto o uso do amido de milho como alimento. A indústria têxtil estava a todo o vapor e, para encorpar os tecidos recém-saídos dos teares, aplicava a goma feita com farinha de milho. Os resultados com o pó grosseiro, no entanto, estavam longe do ideal. Dois ingleses, William Brown e John Polson, decidiram aprimorar o produto para atender à demanda das fábricas que se multiplicavam pelas ilhas britânicas. Fundaram uma refinaria e chegaram a um processo que resultava num amido excelente para as tecelagens e lavanderias domésticas. Com um pouco mais de apuro, transformava-se até em alimento, lançado no mercado como farinha de milho Brown & Polson. Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos de 1842, Thomas Kingsford passava por situação semelhante à de seus conterrâneos.
Funcionário de uma refinaria de milho, quebrava a cabeça para encontrar um processo mais simples de extração de amido. Suas experiências deram certo e, alguns anos depois, Kingsford abriu uma fábrica para produzir farinha do seu jeito. O amido de milho Kingsford servia, a princípio, às indústrias que precisavam de goma. Mais tarde, começou a produzir amido para o setor de alimentos. Em 1854, Wright Duryea pediu demissão da fábrica de Kingsford e abriu um negócio.
Fundou a mais nova concorrente do antigo chefe: a Fábrica de Amido Rio Oswego. Dois anos depois, Duryea recrutou a família para ampliar os negócios e criar a Companhia Produtora de Amido Duryea. Seu carro-chefe era Maizena, um amido para uso doméstico, culinário inclusive – embora, na época, o produto ainda fosse mais popular na lavanderia. A caixa amarela fez sucesso entre as donas-de-casa, ganhou prêmios de qualidade e, em 1859, começou a ser exportada para a Europa.
Em 1906, as empresas de Duryea e Kingsford passaram a integrar o grupo norteamericano Corn Products Refining Company, mais tarde apenas Corn Products Company (CPC), adquirida pela Unilever. No Brasil, a primeira fábrica da marca só começaria a funcionar na década de 30. Muito antes disso, no entanto, Maizena já era um sucesso.

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