quinta-feira, 16 de abril de 2009

Amaranto:Fonte de amido para a produção de bioplástico


O amaranto, um dos vegetais mais importantes da América pré-colombiana, cujo consumo foi proibido pelos espanhóis por estar associado a práticas religiosas, começa a ser reabilitado por cientistas brasileiros como uma fonte de amido para a produção de bioplásticos.
O amaranto é um arbusto que pode atingir até 2 metros de altura, com folhas grandes e panículas (tufos semelhantes às espigas) que concentram as sementes. As folhas podem ser cozidas como a couve.Para a produção de farinha, é necessário extrair das sementes o óleo, que tem altos níveis de ácidos graxos insaturados e também poderia ser usado na alimentação.As pesquisas com o amaranto na FSP começaram em 1996, e uma parceria com a Embrapa de Planaltina (GO) introduziu o cultivo no Brasil. O amaranto se adaptou bem ao cerrado brasileiro, pois possui raízes profundas para captação de água, o que facilita o plantio em climas relativamente áridos. A colheita pode ser feita em quatro meses, o que favorece seu uso na rotação de culturas com a soja e o milho.
Para chegar ao mercado, o amaranto deve começar a ser cultivado no Brasil. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Cerrados e a Universidade de Brasília (UnB), entre outras instituições, já estão se encarregando da pesquisa agronômica para disseminar o vegetal no país. Carlos Roberto Spehar, agrônomo da Embrapa e responsável por essa etapa do projeto, conta que a intenção é diversificar a agricultura. “A produção de grãos no país é baseada em poucas espécies, o que torna as lavouras mais suscetíveis a pragas e doenças”, afirma. Em um grande esforço para vencer a resistência à sua aceitação, o projeto incluiu a difusão de tecnologia de cultivo e uso. Assim, os agricultores foram ensinados a plantar o amaranto e a utilizá-lo na culinária. Atualmente, alguns produtores já cultivam o Amaranthus cruentus , espécie que tem se adaptado melhor às condições climáticas locais. O trabalho compreende várias etapas, desde a genética e o melhoramento até a recomendação de cultivares. “Estamos estimulando outros agricultores a começarem a produção, de modo a que possam sair na frente quando houver maior demanda do mercado.


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